A princípio para judeus e cristãos ao longo de suas histórias, o principal objetivo da hermenêutica e dos métodos exegéticos empregados na interpretação com toda certeza foi descobrir as verdades e os valores da Bíblia.
→Tipos de Hermenêutica Bíblica
Todavia a hermenêutica é o estudo dos princípios gerais da interpretação bíblica. A princípio para judeus e cristãos ao longo de suas histórias, o principal objetivo da hermenêutica e dos métodos exegéticos empregados na interpretação com toda certeza foi descobrir as verdades e os valores da Bíblia.
A saber um breve estudo de hermenêutica segue.
Para um estudo completo, consulte:
O status sagrado da Bíblia no judaísmo e no cristianismo repousa sobre a convicção que é um receptáculo da revelação divina. Contudo esse entendimento da Bíblia como palavra de Deus, no entanto, não gerou um princípio hermenêutico uniforme para sua interpretação. Assim sendo algumas pessoas argumentaram que a interpretação da Bíblia sempre deve ser literal, porque a palavra de Deus é explícita e completa. Por outro lado, existem pessoas que insistem que as palavras bíblicas devem sempre ter um significado “espiritual” mais profundo, aliás a mensagem e a verdade de Deus são evidentemente profundas. Outros ainda afirmam que algumas partes da Bíblia devem ser tratadas literalmente e figurativamente.
Na história da interpretação bíblica, quatro tipos principais de hermenêutica surgiram: a literal, moral, alegórica e anagógica.
Nesse sentido a interpretação literal afirma que um texto bíblico deve ser interpretado de acordo com o “significado claro” transmitido por sua construção gramatical e contexto histórico. Em contraste o significado literal é mantido para corresponder à intenção dos autores. Nesse ínterim esse tipo de hermenêutica é frequentemente, mas não necessariamente, associado à crença na inspiração verbal da Bíblia, segundo a qual as palavras individuais da mensagem divina foram escolhidas divinamente.
As formas extremas dessa visão são criticadas de certa forma com o argumento de que, elas não respondem adequadamente à evidente individualidade de estilo e além disso o vocabulário encontrado nos vários autores bíblicos. Ademais São Jerônimo, um estudioso bíblico influente do século IV, defendeu a interpretação literal da Bíblia em oposição ao que ele considerava os excessos da interpretação alegórica. A primazia do sentido literal foi defendida mais tarde por figuras tão diversas como São Tomás de Aquino, Nicolau de Lyra, John Colet, Martin Luther e John Calvin.
O segundo tipo de hermenêutica bíblica é interpretação moral, isto é, a hermenêutica que busca estabelecer princípios exegéticos pelos quais lições éticas possam ser tiradas das várias partes da Bíblia. Por certo a alegoria era frequentemente empregada nesse empreendimento. A Carta de Barnabé (D.c. 100), por exemplo, interpreta as leis alimentares prescritas no Livro de Levítico como proibindo não a carne de certos animais, mas sim os vícios imaginativamente associados a esses animais.
A interpretação alegórica, é o terceiro tipo de hermenêutica, nesse hiato ela interpreta as narrativas bíblicas como tendo um segundo nível de referência além das pessoas, coisas e eventos mencionados explicitamente no texto. Sob mesmo ponto de vista uma forma particular de interpretação alegórica é a tipológica, em resumo refere-se as figuras-chave.
Visto que os principais eventos e as principais instituições do Antigo Testamento são vistos como “tipos” ou prenúncios de pessoas, eventos e objetos no Novo Testamento. De acordo com essa teoria, interpretações como a da arca de Noé como um “tipo” da igreja cristã foram planejadas por Deus desde o início.
Philo Judaeus, filósofo judeu e contemporâneo de Jesus, empregou categorias platônicas e estóicas para interpretar as escrituras judaicas. Suas práticas gerais foram adotadas pelo cristão São Clemente de Alexandria, que buscou o sentido alegórico dos textos bíblicos.
Eventualmente Clemente descobriu verdades filosóficas profundas nas narrativas e preceitos da Bíblia. De tal forma seu sucessor, Orígenes sistematizou esses princípios hermenêuticos. Todavia Orígenes distinguiu os sentidos literais, morais e espirituais, mas reconheceu o espiritual (isto é, alegórico) como o mais alto. Na Idade Média, o sentido tríplice das escrituras de Orígenes foi expandido para um sentido quádruplo por uma subdivisão do sentido espiritual em alegórico e anagógico.
O quarto tipo principal de hermenêutica bíblica é a interpretação anagógica ou mística. De fato esse modo de interpretação procura explicar os eventos bíblicos relacionados à prefiguração da vida futura. Desse modo ela faz abordagem da Bíblia é exemplificada pela Kabbala judaica, por conseguinte procurou divulgar o significado místico dos valores numéricos das letras e palavras hebraicas. Contudo um exemplo principal de tal interpretação mística no judaísmo é o Sefer ha-zohar medieval . No cristianismo, muitas das interpretações associadas à mariologia (o estudo das doutrinas relacionadas a Maria , a mãe de Jesus) se enquadram na categoria anagógica.
Dessa maneira nos tempos modernos, como em outros períodos, as mudanças nas ênfases hermenêuticas refletiam tendências acadêmicas e filosóficas mais amplas; a interpretação histórico-crítica, existencial e estrutural figurou com destaque durante os séculos 20 e 21. No nível não acadêmico, a interpretação do material bíblico profético e apocalíptico em termos de eventos atuais continua sendo uma busca vigorosa em alguns círculos.
Nosso website utiliza cookies para sua segurança na navegação
saiba mais